TRABALHO DE PROFESSORES NO MEIO RURAL MARANHENSE: LEITURA A PARTIR DE “OS ESTABELECIDOS E OS OUTSIDERS”

Autores

  • MARILDA DA CONCEIÇÃO MARTINS Universidade de São Paulo
  • ÁLVARO JOSÉ CAMARGO VIEIRA Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.26694/5875

Palavras-chave:

Formação de Professores, Escolas rurais, Estabelecidos e Outsiders

Resumo

Este artigo discute o trabalho de professores de uma escola pertencente a um assentamento do Maranhão, a partir do trabalho “os estabelecidos e os outsiders” de Elias e Scotson. Este artigo, deste modo, encontra-se no âmbito de uma releitura da dissertação de mestrado, apresentada em 2010, tomando como base, conceitos como agente, sentido, estrutura e história discutidos pelos autores supracitados. A dissertação elegeu como questão principal, as implicações da ação política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para a prática pedagógica dos professores de um assentamento no Maranhão. Atentamos para as seguintes questões: quem são as (os) professoras (es) que atuam nas escolas deste assentamento? As atividades e formações desenvolvidas pelo MST apresentam contribuições para a prática pedagógica destes professores? De que forma a participação e a militância no MST interfere na prática pedagógica das (os) professoras (es) do referido Assentamento? Qual a dimensão política da escola neste lugar? Utilizamos, deste modo, as contribuições da etnometodologia e dos seguintes dispositivos de pesquisa: entrevistas semi-estruturadas, questionário perfil e observação participante. Fundamentamos, portanto, este trabalho nos estudos de Beltrame (2000), Bezerra Neto (1999), Brandão (1983), Caldart (2004), Damasceno (1990), Elias (1994, 2000, 2001, 2006, 2008 e 2011), Fernandes (2000), Freire (1996).

Biografia do Autor

MARILDA DA CONCEIÇÃO MARTINS, Universidade de São Paulo

Doutoranda da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Vinculação Institucional: Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

ÁLVARO JOSÉ CAMARGO VIEIRA, Universidade Católica de São Paulo

Doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Vinculação Institucional: Colégio São Domingos.

Referências

ANDRÉ, M. E. D. A de. Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Líber, 2005.

BARDIN, L. Análise do conteúdo. Lisboa: Ed. 70, 1979.

BELTRAME, S. A. B. MST, professores e professoras: sujeitos em movimento. 2000. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2000.

BEZERRA NETO, L. Sem-Terra aprende e ensina: um estudo sobre as práticas educativas e formativas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Campinas, SP: AutoresAssociados, 1999.

BRANDÃO, C. R. Casa de Escola. Campinas, SP: Papirus, 1983.

CALDART, R. S. Educação em movimento: formação de educadores e educadoras no MST.Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

______. Pedagogia do Movimento Sem Terra. São Paulo: Expressão Popular, 2004.

CALAZANS, M. J. Educação Rural no Terceiro Mundo: experiências e novas Alternativas. Riode Janeiro: Paz e Terra, 1981.

DAMASCENO, M. N. Pedagogia do Engajamento: trabalho, prática educativa e consciência do campesinato. Fortaleza: UFC, 1990.

DEMARCO, D. J. Uma análise do Projeto Escola do Campo: Casa Familiar Rural como iniciativa de profissionalização e escolarização de jovens rurais do Estado do Paraná. 2001. 188 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2001.

ELIAS, N. Escritos e ensaios. Rio de Jnaeiro: Zahar, 2006.

________. Introdução à Sociologia. Lisboa-Portugal: Edições 70, 2008.

________. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

________. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

________. A solidão dos moribundos. Rio de Janiero: Zahar, 2001.

________; SCOTSON, J, L. Os estabelecidos e os outsiders. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

FERNANDES, B. M. A formação do MST no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GAETA, M. A. J. V. As festas escolares como lugares de sensibilidades e subjetividades. In: Congresso LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: Cultura Escolar, Migrações e Cidadania, 7., 2008, Porto. Actas... Porto: Universidade do Porto, 2008. p. 1-9.

GIROUX, H. A. Os professores como intelectuais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

GOHN, M. da G. Movimentos Sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais.Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS (IBGE). Dados do censo escolar de 2009. Disponível em: http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=23/09/2009&jornal=1&pagina=11&totalArquivos=704. Acesso em: 10 jan. 2011.

JESUS, S. M. S. A. Os desafios do currículo de cursos de formação de professores para atuar nas escolas do campo. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA, 14., 2008, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: EdiPUCRS, 2008. p. 648-665.

LEITE, S. C. Escola Rural: urbanização e políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 2002.

LOBATO, J. B. M. Urupês. São Paulo: Brasiliense, 2001.

MACEDO, R. S. A etnopesquisa crítica e multirreferencial nas ciências humanas e na educação. Salvador: EDUFBA, 2000.

MORIGI, V. Escola do MST: uma utopia em construção. Porto Alegre: Mediação, 2003.

NEIBURG, F. A sociologia das relações de poder de Nobert Elias. In: ELIAS, N; SCOTSON, J. L. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

NÓVOA, A. Os professores e a sua profissão. Lisboa: Dom Quixote, 1995.

SCHUTZ, A. Collected Papers I: the problem of Social Reality. The Hague: Nijhoff, 1973.

SOUZA, M. A. Educação do campo: propostas e práticas pedagógicas do MST. Petrópolis, RJ:Vozes, 2006.

TAMARIT, J. Educar o Soberano: crítica ao iluminismo pedagógico de ontem e de hoje. SãoPaulo: Cortez, 2000.

Publicado

2015-10-26

Edição

Seção

Artigos