Malthus on sex, procreation, and applied ethics

Sergio Volodia Cremaschi

Resumo


I argue that Malthus’s Essay on Population is more a treatise in applied ethics than the first treatise in demography. I argue also that, as an ethical work, it is a highly innovative one. The substitution of procreation for sex as the focus makes for a drastic change in the agenda. What had been basically lacking in the discussion up to Malthus’s time was a consideration of human beings’ own responsibility in the decision of procreating. This makes for a remarkable change also in the approach, namely, the discussion becomes an examination of a well-identified issue, taking cause-effect relationships into account in order to assess possible lines of conduct in the light of some, widely shared and comparatively minimal, value judgements. This is more or less the approach of what is now called applied ethics, at least according to one of its accounts, or perhaps to the account shared by a vast majority of its practitioners. In a sense, both the subject matter, sexuality, was substituted with a more restricted issue, namely reproduction, and the traditional approach, moral doctrine, was substituted with a more modest approach, in Malthus’s own words, the ‘moral and political science’. Such a drastic transformation brought about a viable framework, for a discussion of ethical issues that were still unforeseen by Malthus, namely those having to do first with the technical feasibility of eugenics programs and secondly with the scientific discovery of genetics as a field of study but also of possible intervention. Malthus’s ethics had obviously enough nothing to say on those unforeseen issues in so far as it was meant to treat just the ‘quantitative’ dimension of procreation, that is, ‘how many’. Later discussions and controversies will arise around different dimensions, that is, not just ‘how many’ but also ‘how healthy, how strong, how far empowered’. Yet, what Malthus’s lesson can still teach to proponents of opposite views is that the mentioned questions can be construed in such a way as to avoid unending controversy.

Resumo: Argumento que o Ensaio sobre População de Malthus é mais um tratado em ética aplicada do que o primeiro tratado de demografia. Argumento também que, como uma obra ética, é uma obra altamente inovadora. A substituição da procriação pelo sexo como o foco produz uma mudança drástica na agenda. Basicamente o que faltou na discussão até a época de Malthus foi uma consideração da própria responsabilidade dos seres humanos na decisão de procriar. Isto gera uma mudança notável também na abordagem, mais precisamente, a discussão se transforma no exame  de uma questão bem identificada, ao assumir relações de causa-efeito como forma de avaliar possíveis linhas de conduta à luz de alguns juízos de valor amplamente compartilhados e comparativamente mínimos. Essa é mais ou menos a abordagem do que agora é chamada de ética aplicada, pelo menos de acordo com uma de suas interpretações, ou talvez a mais compartilhada por uma vasta maioria de seus praticantes. De certo modo, tanto o objeto de estudo, a sexualidade, foi substituída por uma abordagem mais modesta, nas próprias palavras de Malthus, a “ciência moral e política”. Essa transformação drástica trouxe à tona um enquadramento viável para uma discussão de questões éticas até então não previstas por Malthus, ou seja, aquelas que concernem primeiro com a viabilidade técnica dos programas eugênicos e, em segundo lugar, com a descoberta científica da genética como um campo de estudo, mas também um de possível intervenção. A ética de Malthus obviamente não tinha nada a dizer sobre essas questões imprevistas, na medida em que se destinava a tratar apenas a dimensão "quantitativa" da procriação, ou seja, "quantos". As discussões e controvérsias posteriores levantar-se-ão em torno de dimensões diferentes, isto é, não apenas "quantos" mas também "quão saudáveis, fortes e empoderedos". No entanto, o que a lição de Malthus ainda pode ensinar aos proponentes de pontos de vista opostos é que as questões mencionadas podem ser interpretadas de forma a evitar uma controvérsia interminável.

Palavras-Chave: população; pobreza; virtudes; sexo; ética aplicada.

 

 


Palavras-chave


population; poverty; virtues; sex; applied ethics

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Referências


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DOI: https://doi.org/10.26694/pensando.v7i14.4940

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