CENA ENGLOBANTE, CENA GENÉRICA E CENOGRAFIA: A ENCENAÇÃO DISCURSIVA EM "BEIRA RIO, BEIRA VIDA"

Natália Castro Reis

Resumo


Este artigo é o recorte de uma pesquisa de Iniciação Científica realizada no curso de Letras da UFPI e tem como objetivo analisar a obra Beira rio, beira vida, do escritor piauiense Assis Brasil, com ênfase nas cenas de enunciação de Maingueneau. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e interpretativa que tem como corpus a obra já mencionada e como base teórica a Análise do Discurso Literário, de Maingueneau (2006). Os resultados mostram que a obra piauiense tem como cena englobante o discurso literário, caracterizado por uma linguagem que permite a liberdade de criação, da qual são inferidas singularidades e perspectivas em detrimento de uma objetividade. A cena genérica equivale ao gênero romance pressupondo as memórias narradas, os personagens, a temporalidade e a ambientação. A cenografia é representada pela temática da prostituição e marginalização dos moradores e trabalhadores do cais de Parnaíba, revelando o espaço-temporal e os papéis discursivos dos actantes que os legitimam como enunciadores. Concluímos que as cenas de enunciação são espaços de funcionamento da língua que, numa obra literária, determinam a produção de sentidos, legitimando a enunciação através das cenas validadas.


Palavras-chave


Discurso. Literatura. Beira rio, beira vida.

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