AGÊNCIA E ESCRITA CIENTÍFICA NO PIBIC-TEC: UMA ANÁLISE SOCIORRETÓRICA DO GÊNERO RELATÓRIO FINAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Darlene Ribeiro da Silva Andrade

Resumo


Produzir textos científicos na Educação Básica é uma tarefa que pressupõe práticas de letramentos pouco comuns no contexto escolar. A fim de promover tais práticas, na perspectiva de formação científica, algumas instituições desenvolvem atividades de iniciação à pesquisa. Nesse processo, o relatório final de projeto de iniciação científica surge como um gênero acadêmico relevante. Assim, o propósito deste trabalho é descrever a organização retórica do gênero relatório final, vinculado ao Programa de Iniciação Científica Técnica (PIBIC-TEC). A análise se ampara nos conceitos dos estudos retóricos de gêneros, em especial o conceito de agência (BAZERMAN, 2009), e na análise de movimentos retóricos proposta pela abordagem de língua para fins específicos (SWALES, 1990, 2004). Este estudo, de natureza exploratória, buscou identificar os estudantes/pesquisadores como agentes na produção do relatório final no PIBIC-TEC do Instituto Federal de Educação (IFPE/Campus Recife) e descrever os movimentos e passos manifestos na introdução dos textos escritos pelos estudantes/pesquisadores, utilizando o Modelo CARS (SWALES, 1990). O corpus foi constituído por dez relatórios finais escritos por estudantes/pesquisadores do PIBIC-TEC, na grande área de linguística, letras e artes. Constatamos a realização dos movimentos e passos previstos por Swales (1990) na seção introdutória dos relatórios finais, além de as marcas linguísticas que evidenciam a agência dos estudantes.

 


Palavras-chave


Agência. Escrita científica. Análise de gêneros. Gênero relatório final.

Texto completo:

PDF

Referências


BAWARSHI, A. S.; REIFF, M. J. Gênero: história, teoria, pesquisa, ensino. Tradução de Benedito Gomes Bezerra. São Paulo: Parábola, 2013.

BAZERMAN, C. Gênero, Agência e Escrita. HOFFNAGEL, J. C.; DIONÍSIO, A. P. (org.). Tradução de Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez Editora, 2006.

BAZERMAN, C. Gêneros textuais, tipificação e interação. DIONÍSIO, A. P.; HOFFNAGEL, J. C. (org.). São Paulo: Cortez Editora, 2009.

BRASIL. Lei nº 11892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 15 set. 2022.

BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio – OCEM. Brasília, DF: MEC, 2006.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998.

DURANTI, A. Agency in language. In: DURANTI, A. (Ed.). A companion to linguistic anthropology. Massachusetts: Blackwell, 2004. p. 451-473.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

HYLAND, K. Genre and second language writing. Ann Arbor, MI: The University of Michigan Press, 2004.

MILLER, C. Gênero como ação social. In: DIONÍSIO, A.; HOFFNAGEL, J. (org.). Gênero textual, agência e tecnologia. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2012. p. 21-41.

SEVERINO, Antônio Joaquim, 1941 –. Metodologia do trabalho científico / Antônio Joaquim. Severino. - 22. ed. rev, e ampl. De acordo com a ABNT, São Paulo : Cortez, 2002

SWALES, J. M. Genre analysis: English in academic and research settings. New York: Cambridge University Press, 1990.

SWALES, J. M. Research genres: exploration and applications. Glasgow: Cambridge University Press, 2004.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.