Seria o aprimoramento genético humano um risco à democracia? Reflexões sobre o bioconservadorismo de Michael Sandel.

Adan John Gomes da Silva

Resumo


Em seu livro Contra a perfeição, o professor e filósofo estadunidense Michael Sandel se opõe ao que ele acredita ser uma prática cada vez mais próxima da realidade: o aprimoramento biomédico. Quando contextualizamos sua crítica a esse tipo de prática dentro de sua filosofia política somos levados a acreditar que para esse autor o maior risco oferecido por esse tipo de tecnologia é sua capacidade de corroer as bases de uma democracia forte e saudável. Nesse texto, analisaremos os passos que Sandel dá em direção a essa conclusão, de forma a avaliar até que ponto sua recusa dos aprimoramentos genéticos encontra respaldo em suas ideias políticas.


Palavras-chave


Democracia. Meritocracia. Engenharia genética. Aprimoramento.

Texto completo:

PDF

Referências


AGAR, Nicholas. Liberal eugenics. PUBLIC AFFAIRS QUARTERLY, vol. 12, nº 2, 1998, pp. 137-155.

AHOLA-LAUNONEN, Saara Johanna. Chance, choice and responsibility; A responsibility-sensitive egalitarian interpretation of Michael Sandel’s argumentation against genetic enhancement. 84 p., pro graduation thesis – University of Helsinki, 2012.

BUCHANAN, Allen. Better than human: the promise and perils of enhancing ourselves. Oxford University Press, 2011.

FRANK, Robert H. Success and luck: good fortune and the myth of meritocracy. Princeton University Press, 2016.

HABERMAS, Jürgen. O futuro da natureza humana: a caminho de uma eugenia liberal? Tradução: Karina Jannini. São Paulo, Martins Fontes, 2004.

JEFFERSON, Will; DOUGLAS, Thomas; KAHANE, Guy; SAVULESCU, Julian. Enhancement and civic virtue. Social Theory and Practice, vol. 40 (3), pp. 499-527, 2014.

LEV, Ori. Will biomedical enhancements undermine solidarity, responsability, equality and autonomy? Bioethics, Volume 25, n° 4, pp. 177-184, 2011.

SANDEL, Michael. O liberalismo e os limites da justiça. Tradução de Carlos E. Pacheco do Amaral. Fundação Calouste Gulbenkian, 2005.

______. Justiça: o que é fazer a coisa certa. Tradução de Heloísa Matias e Maria Alice Máximo. 4ª edição, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

______. Contra a perfeição: ética na era da engenharia genética. Tradução de Ana Carolina Mesquita. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

______. O que o dinheiro não compra: os limites morais do mercado. Tradução de Clóvis Marques. 10ª edição, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

______. A tirania do mérito: o que aconteceu com o bem comum? Tradução de Bhuvi Libanio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020.




DOI: https://doi.org/10.26694/rcp.issn.2317-3254.v9e2.2020.p%25p

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2317-3254