Vantagens e Desafios do QCA para as Relações Internacionais

Cinthia Regina Campos

Resumo


A área de Relações Internacionais possui peculiaridades metodológicas que dificultam sobremaneira a escolha da melhor técnica de pesquisa. A principal delas é a complexidade causal caracterizada pela necessidade de analisar o contexto histórico no qual um dado fato ocorre. Outro problema recorrente na área diz respeito à dificuldade de mensuração e, por conseguinte, a replicabilidade é igualmente prejudicada. Conceitos como poder, \emph{soft power}, \emph{spill over}, hostilidade, dentre outros, não são automaticamente observáveis e determinados. A depender da pergunta de pesquisa, lançar mão de um modelo estatístico requer uma série de \emph{trade-off}s enfrentados pelo pesquisador. Como alternativa a essas     dificuldades, o artigo discute a técnica da Qualitative Comparative Analysis como uma forma de superar esses desafios metodológicos sem perder o propósito de fornecer uma explicação. Elaborado por Ragin (1987), o QCA utiliza a algebra booleana para identificar combinações de variáveis que estejam presentes para compreender um dado fenômeno social. A lógica do modelo não é entender o impacto de uma dada variável em algum resultado observável, mas identificar as condições pelas quais aquele resultado ocorre. Dessa forma, essa explicação por mecanismo permite aferir a noção de contexto, tão cara às Relações Internacionais, ao mesmo tempo em que não perde rigor científico. Por fim, o artigo apresenta alguns exemplos da aplicabilidade do método.

Palavras-chave


Relações Internacionais. Metodologia. QCA.

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DOI: https://doi.org/10.26694/rcp.issn.2317-3254.v6e1.2017.p55-70

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ISSN 2317-3254