Política Externa e Partidos Políticos no Equador em Três Tempos: Redemocratização, Crise e Realinhamento

André Luiz Coelho, Vinicius Santos

Resumo


O objetivo deste trabalho é comparar distintas fases de desenvolvimento do sistema de partidos equatoriano como variável doméstica na reflexão sobre seus condicionamentos ou oportunidades para a participação dos partidos como atores na política externa. Para tanto, observamos três períodos históricos distintos: em primeiro lugar, a conformação do sistema, tendo como marco a redemocratização equatoriana (1979). Em um segundo momento, a pesquisa dedica atenção ao período de "transição do sistema" marcado pelas crises que se iniciam a partir de 1996, para, por fim, dedicar-se à emergência de uma nova dinâmica com a eleição do presidente Rafael Correa em 2006 (Aliança País). No primeiro período, o sistema de partidos teria como característica a interação de três fatores: 1) dificuldades para sua institucionalização; 2) volatilidade eleitoral; e 3) provincialização dos partidos. Quando observados frente a política exterior, esses elementos representariam um desafio para os partidos políticos equatorianos participarem/influenciarem na condução da política externa. Já no período de crises, argumentamos que a instabilidade, responsável pela erosão das instituições, seria responsável por gerar uma política exterior "reativa" ao retirar desse campo de ação do Estado sua capacidade de produzir iniciativas. Por último, defendemos que o quadro de instabilidade política é revertido a partir da vitória de Rafael Corrêa e ampliação do processo de "nacionalização dos partidos", com destaque para a Aliança País, que ofereceu uma "janela de oportunidade" para uma maior influência partidária na política exterior. Para a investigação da inserção internacional equatoriana, tendo por base a análise de Bonilla (2006), consideramos dois eixos: 1) "influência estrutural dos Estados Unidos" e 2) "as interações com os países vizinhos", especialmente com Peru e Colômbia.

Palavras-chave


Equador. Política externa. Partidos políticos.

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DOI: https://doi.org/10.26694/rcp.issn.2317-3254.v6e1.2017.p71-94

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ISSN 2317-3254