O santo ofício e o ultramar: o caso da África

Sonia Siqueira

Resumo


Nos anos da modernidade subsistira a ideia de Império, mas a labilidade
das fronteiras permitira que se apresentasse como ultramarino. Durante muito tempo o Império Português foi essencialmente marítimo implicando na manutenção da soberania sobre novos mundos, justificando que se  ransplantassem para novos horizontes as instituições que vigiam na metrópole.
A manutenção de ideias de unidade e lealdade a Deus e ao rei emigram do fixismo mental português que passou a ser confrontado com outros desafios procedentes de outras experiências no desvendar a natureza física e humana. O político e o religioso se mesclavam com o econômico definindo necessidades de acomodação. Aqui se insere a existência do Tribunal da Fé e a necessidade
de fazê-lo presente nas terras que se incorporava à Coroa. Aqui se insere a projeção do Santo Ofício para as terras da África. A história da Inquisição nos lugares africanos confronta os elementos básicos da expansão marítima, o da ocupação e o da colonização. Ressalta ainda as singularidades do meio em que atuou. Desnuda a articulação da vida comercial com a crença religiosa e a forma de pensar que caminham juntas a formas autoritárias de agir. Agir atrelado a condicionamentos fundamentais a modelos de ação variáveis temporal e espacialmente, dependendo da relação de forças entre Portugal e o Ultramar. Nas ilhas africanas, infestadas pelas ideias das dissidências protestantes e de um judaísmo atuante, uma instituição como o Santo Ofício não seria popular nem daria oportunidade de ascensão social. O interesse pelos fatos ocorridos em parte dos domínios insulares africanos reside na contribuição à história do Tribunal, tornando evidente as singularidades da instituição em áreas diversificadas do Império Português.

Palavras-chave: Santo Ofício; África; Império Português; ilhas.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Indexadores

Resultado de imagem para sumarios.orgResultado de imagem para sumarios.org