Do seio à mesa: a alimentação da criança nos primeiros textos médicos brasileiros do século XIX

Mariana de Paula Cintra

Resumo


Escrever, dissertar, ensinar, aprender e desenvolver conhecimentos sobre a saúde e as doenças manifestas na infância foram preocupações dos primeiros textos das escolas superiores oitocentistas, cuja intenção era disseminar esse saber no Brasil. Não por acaso, uma série bastante expressiva de teses, jornais, manuais e tratados específicos sobre os cuidados com a criança – ora frutos das pesquisas realizadas dentro dos cursos de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia, ora escritos no exterior e traduzidos para a língua portuguesa – circularam entre os médicos brasileiros e fomentaram um saber, até então, pouco conhecido deste lado do Atlântico: a medicina sobre a infância. Tendo como baliza estes primeiros esclarecimentos, o presente artigo propõe analisar por que, onde e como foram arquitetados os primeiros referenciais teóricos desenvolvidos no âmbito dos cursos médicos superiores sobre uma tópica fundamental para se entender o trato do corpo infantil à época: o comer. Em suma, o que se pretende nestas páginas é dar a conhecer como a nascente ciência médica nacional, instituída oficialmente no ano de 1808, sistematizou uma gama de proposições sobre a alimentação dos meninos pequenos. Dos primeiros dias de vida aos cinco anos de idade, quais alimentos deviam compor a nutrição de uma criança? Segundo o discurso médico, do que tinham necessidade as primeiras idades da vida? Por fim, o que o leitor encontrará neste breve estudo é um mapeamento sobre como a alimentação circundou as primeiras tentativas de construir um conhecimento médico sobre os seres tidos como “frágeis” no Brasil de outrora.

Palavras-chave: Alimentação; Medicina; Infância; Impressos.


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