Editorial

Revista Equador Editorial

Resumo


A tese análises geográficas do espaço regional: referências conceituais e estudos aplicados no Brasil, elaborada pelo Prof. Dr. Francisco de Assis Veloso Filho, do Curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), representa importante reflexão para a ciência Geografia.

A introdução apresenta a decisão teórica e metodológica do pesquisador, ao tempo em que mostra um panorama geral da tese com os elementos mais importantes.

A estrutura pensada pelo autor apresenta como título inicial as bases conceituais para análises geográficas do espaço regional no Brasil, com importante discussão, subdividida em subseções com ênfase para as referências metodológicas no período de introdução da Geografia moderna no Brasil que apresentam aspectos fundamentais para sua sistematização em um contexto de grandes transformações na sociedade brasileira, pela ampliação dos processos de modernização, em que se podem destacar os avanços da industrialização e o crescimento das cidades, a diversificação da estrutura de classes sociais e o reordenamento do poder político entre essas classes e também em termos de representação regional.

No que se refere ao regionalismo e à Geografia Aplicada, estudos do espaço rural, da centralidade e das redes urbanas, regiões homogêneas, regiões funcionais e espaços polarizados, o texto apresenta importante discussão sobre a consolidação da Geografia Moderna no Brasil e a contribuição das principais instituições da Geografia de outros países, complementado por resgate da dimensão política e de referências para análises do espaço regional, ao mostrar as principais reflexões de vários autores que produziram vasta bibliografia, principalmente na última metade do século XX.

Os estudos de áreas de influência, centralidade e redes urbanas no Brasil mostraram que as áreas de concentração se constituíram em torno das principais cidades, ao longo da formação histórica do País, e conforme os principais ciclos de produção econômica: açúcar (séculos XVI e XVII), mineração (século XVIII) e café (séculos XIX e XX).

As análises do espaço rural: uso da terra, modernização agrícola e meio ambiente no Brasil apresentam as primeiras zonas pioneiras formadas na segunda metade do século XVIII, com a implantação e expansão da cultura algodoeira pelos sertões da região Nordeste, em especial no Maranhão, e ao norte da província de Minas Gerais. A rápida expansão da cana-de-açúcar no baixo Vale do rio Paraíba do Sul também se constituiu zona pioneira.

Enfim, a tese contribui de modo fundamental para os estudos de Geografia no Brasil, na medida em que apresenta a discussão sobre a introdução da Geografia moderna no País, com a atuação de profissionais precursores e a criação de novas instituições relacionadas a essa área do conhecimento: as primeiras faculdades com cursos de Graduação na área, vinculadas à Universidade de São Paulo e à Universidade do Distrito Federal; à Associação dos Geógrafos Brasileiros e ao Conselho Nacional de Geografia.

Além disso, é importante destacar a contribuição de autores estudados ao longo do texto, como, por exemplo, Delgado de Carvalho, Pierre Deffontaines, Pierre Monbeig, Fábio de Macedo Soares Guimarães, Leo Waibel, Orlando Valverde, Nilo Bernardes, Walter Egler, Jean Tricart, Michel Rochefort, Milton Santos, Lysia Bernardes, Pedro Geiger, Speridião Faissol, Roberto Lobato Corrêa, Olivio Ceron, Felizola Diniz, Georges Bertrand, Aziz Ab´Saber, Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, Aroldo Azevedo, Elza Keller; Brian Berry, Gerald Pyle, Antonio Ceron, Felizola Diniz, Rinaldo Pinto de Gusmão, dentre muitos outros.

Por isso, recomendo a leitura da tese, para que a contribuição de cada um dos autores apresentados, entre os muitos citados ao longo do texto, seja percebida, e seus ensinamentos possam ser identificados e analisados de forma crítica e contextualizada.

Com significativo trabalho de pesquisa em Geografia, a tese também pode ser lida sob a ótica da linguagem dos mapas, complementada por muitos outros dados. Os mapas apresentados ao longo do texto estão muito bem articulados com a discussão apresentada, além de contribuir para o entendimento dos muitos dados apresentados.

Trata-se, sem dúvida, de uma publicação fundamental para a compreensão do pensamento geográfico brasileiro.


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DOI: https://doi.org/10.26694/equador.v4i1.3474

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Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO), do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), da Universidade Federal do Piauí (UFPI)

ISSN 2317-3491

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