O revisionismo rortyano do pragmatismo clássico de John Dewey: Um debate com Thelma Lavine e James Gouinlock
Resumo
Com a publicação da obra a Philosophy and the Mirror of Nature [Filosofia e os Espelho da Natureza] (1979), Rorty passou a ser um importante alvo de críticas dirigidas pelos interpretes do pragmatismo clássico e comentadores de John Dewey. Estes críticos consideram que enquanto o pragmatismo clássico foi uma tentativa de entender e criar uma estrutura nova que legitimasse a investigação científica, o pragmatismo de Rorty se afirmou pelo abandono da própria tentativa de aprender mais sobre a natureza e sobre as condições de adequação da investigação. Dewey nunca virou totalmente as costas à metafísica, que está presente particularmente na obra Experience and Nature [Experiência e Natureza] (1925). Contudo, Rorty pretendeu encontrar em Dewey, sobretudo, na filosofia social e política deste último, uma antecipação de sua própria visão de filosofia. Assim, deliberadamente, Rorty separou o Dewey “bom” (historicista) do “mau” (metafísico) e considerou inadequada a publicação de livro de Dewey Experience and Nature. Nesse artigo vamos nos concentrar na contribuição dos críticos de Rorty, Thelma Lavine e James Gouinlock contra a estratégia rortyana de cindir Dewey em dois e sustentaremos uma interpretação que articule as duas dimensões da filosofia deweyana: a historicista e a cientista. Nessa perspectiva, tomaremos como fonte prioritária a obra Rorty and pragmatism. The philosopher responds to his critics(1995) que aborda o diálogo entre Rorty e estes autores. Em seguida apresentaremos nossas objeções tanto à hipótese de um Dewey unicamente historicista e antifundacionista quanto à de um Dewey unicamente cientista. De acordo com nossa interpretação, consideramos tais propostas como estratégias oriundas da mesma fonte, ou seja, da tentativa de “atualizar” Dewey para adaptá-lo ao quadro conceitual neopragmatista.
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DOI: https://doi.org/10.26694/pensando.v11i23.8705
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