“É só pra pessoas LGBTs isso daqui?”: a produção de espaços visíveis e abertos como formas de fazer política pela Casa 1
Resumo
Localizada no Bela Vista, bairro central da cidade de São Paulo, a Casa 1 é um centro cultural e de acolhimento que recebe jovens LGBTQI+, entre 18 e 25 anos, expulsos de suas casas por seus familiares. Nos diferentes espaços do centro cultural são realizadas variadas atividades e atendimentos não apenas para os jovens LGBTQI+ acolhidos, mas também para a vizinhança, as crianças vizinhas, as pessoas em situação de rua e muitos outros públicos. Sendo assim, na feitura de seus espaços, a Casa 1 é composta por uma multiplicidade de pessoas, afetos, necessidades e demandas. Partindo de sua política de visibilidade e abertura, proponho nesse artigo discutir as relações que são estabelecidas entre a Casa 1 e as pessoas que frequentam seus espaços cotidianamente. O objetivo é i) mostrar como a fabricação de espaços visíveis e abertos envolve a Casa 1 em uma série de relações que extrapolam sua espacialidade e ii) descrever de que modo essa política implica a Casa 1 em relações de consideração, conança e ajuda com sua vizinhança. Visibilidade e abertura operam uma política que conecta muitas pessoas à Casa 1 em meio a suas práticas e ações cotidianas e que expande sua existência para outros lugares. Uma política que, como pretendo argumentar, produz múltiplas alianças com o que está fora e que, como efeito disso, promove uma modo de agir plural e heterogêneo.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.26694/rer.v2i1.10480
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