LINGUAGEM, MEMÓRIA E EDUCAÇÃO CÍVICO-NACIONALISTA
Resumo
Neste artigo, discute-se como as políticas de escolarização dos anos de 1937 a 1945, período do Estado Novo no Brasil, apropriaram-se da linguagem cívica, patriótica e religiosa como recurso para a construção de uma memória nacionalista na sua continuidade histórica. A análise é tangenciada pela discussão acerca dos quadros sociais que sustentam a memória nacionalista: a linguagem cívica, patriótica e religiosa. Partimos da perspectiva dialética e dialógica da linguagem e perscrutamos como os signos linguísticos organizaram-se em diferentes gêneros textuais e se apropriaram dos símbolos, dos ritos e de suas significações para construir uma memória positiva das bases nacionalistas que foram gestadas para durar. Nessa perspectiva, este trabalho prioriza a língua em sua dimensão social dadas as circunstâncias de apropriação e produção discursiva tomadas como instrumento político durante períodos de governos ditatoriais no Brasil. À vista disso, empreendemos uma discussão acerca de como há uma processualidade histórica que converge dialeticamente ao longo do tempo por meio da memória de ex-alunos, professores e sociedade em sua produção material e simbólica Para isso, perscrutou-se como os mecanismos linguísticos de produção e apropriação dos discursos ideológicos foram sistematizados e usados para construir uma memória social, coletiva e positiva do nacionalismo. Nosso marco de referência é a Escola Getúlio Vargas, situada na sede do município de Guanambi e inaugurada em 1938, uma instituição que subsiste do Estado Novo aos dias atuais.
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PDFDOI: https://doi.org/10.26694/les.v0i45.11116
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