O QUE RISCO NÃO QUER DIZER, O QUE ARRASTÃO NÃO PODE SER / WHAT RISK DOES NOT MEAN, WHAT “ARRASTÃO” CAN NOT BE P.23

Lia Beatriz Teixeira Torraca, Raffaele De Giorgi

Resumo


Este artigo pretende analisar a violência dos episódios de violência denominados como “arrastões”. A convulsão social que explode com a chegada do verão reflete a estética de uma violência que é característica do Rio de Janeiro. A confusa polifonia que se estabelece a cada evento violento incita-nos uma análise sob outra perspectiva, ora proposta por este trabalho. A relação de poder entre Estado e redes de comunicação, ao se estabelecer por intermédio da violência, funcionaria como uma espécie de catalisador de violência. Em que medida a estrutura oligárquica da mídia brasileira, detendo o domínio da construção da realidade, é capaz de amplificar a violência urbana a partir da espetacularização desta violência, é a proposta de reflexão deste artigo. Através da leitura crítica da entrevista concedida pelo Ex-Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, veiculada no telejornal RJTV-2ª edição, em 21 de setembro de 2015, é possível comprovar empiricamente o monopólio na construção de sentido nos episódios de violência urbana no Rio de Janeiro. A partir da análise desta narrativa jornalística observamos a comunicação das ações violentas e dos agentes desta violência, além da capacidade de visibilizar como é reintroduzida a desordem através das manifestações desta forma de construção da narrativa. Uma narrativa que se apresenta como forma específica que caracteriza a violência do Rio de Janeiro.  Ao confrontar o discurso da autoridade e sua política de segurança, compreendemos como se constroem os sentidos das notícias, além de visualizar o poder que a mídia tradicional brasileira detém como principal canal de construção de nossa realidade. 

Palavras-chave: Mídia. Risco. Violência.


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ISSN 2317-918X

Periódico acadêmico semestral