06. Manchete: a cortesã do poder

Gesner Duarte Pádua

Resumo


Este artigo aborda a trajetória histórica da revista Manchete, uma das mais importantes publicações brasileiras nos anos de 1950 a 1990. Analisa seu caráter eminentemente comercial e sua estratégia de se manter sempre ao lado de quem detinha o poderio político em troca das benesses econômicas que o cortejo ao poder lhe trazia. Comandada diretamente pelo dono, Adolpho Bloch, a revista se transformou em veículo de propaganda de diversos governos, especialmente durante o regime militar. Durante várias décadas acomodou-se às mais diversas facções políticas hegemônicas: apoiou Getúlio Vargas, saudou Jânio Quadros, fez apologia de Juscelino Kubitschek, bajulou os generais-ditadores, depois Tancredo Neves, José Sarney, e alardeou aos quatro ventos o “poder jovem” de Collor. Quando o alagoano foi derrubado, saudou a ascensão de Itamar Franco como “a vitória da democracia”.

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DOI: https://doi.org/10.26664/issn.2238-5126.2220134121

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