Laboratory simulation of clinical practice: advances in training human resources in nursing Piaui / Laboratório de simulação de práticas clínicas: avanços na formação de recursos humanos na enfermagem do Piauí

Grazielle Roberta Freitas da Silva

Resumo


O cuidar  ganha dimensões específicas da enfermagem, no qual mais do que uma simples repetição de atividades/tarefas, se traduz por um trabalho complexo, com metodologia cientifica e raciocínio clínico acurado. Assim, a enfermagem atual busca relações e sentidos para os conhecimentos com base cientifica, clínica, técnica e tecnológica(1). No intuito de inserir tecnologias e realismo às práticas laboratoriais e aprimoramento na formação de recursos humanos na enfermagem do Piauí e busca pela excelência da assistência surgiu um novo desafio: trazer para o Nordeste um Laboratório de Simulação de Práticas Clínicas.

Em 2009 foram adquiridos equipamentos de simulação de média e avançada complexidade, por duas docentes do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que culminou na implantação e implementação do Laboratório de Simulação de Práticas Clínicas de Enfermagem e Saúde/UFPI (SIMENF-Saúde/Resolução CEPEX no 129/11). Trata-se da primeira experiência no nordeste brasileiro, a atender todos os requisitos de normatização internacionais usando essa técnica de ensino, dentre as aproximadamente 22 experiências nacionais existentes.

O uso de simulação realística tem sua origem nos treinamentos militares, de aviação, aeroespaciais e nucleares, que sempre prezaram pela qualidade do serviço e minimização de erros. Considerando as boas práticas de enfermagem, as atuais recomendações do Comitê de Qualidade no Cuidado a Saúde da América(2) sobre a prevenção de erros para segurança do paciente, incluem o treinamento da equipe por simulação, apoiados nos resultados dessa tecnologia envolvendo aspectos de segurança do paciente, gestão da equipe em situação de crise(emergência), estímulo a interdisciplinaridade.

O SIMENF-Saúde desperta os estudiosos para abertura de linhas e grupos de pesquisa em tecnologia e simulação, uma vez que a permite a construção de conhecimentos, habilidades e atitudes de segurança, condição essencial ao trabalho em  saúde frente a casos extremos, clássicos ou casos pouco esclarecidos na literatura favorecendo diversas pesquisas na área.

Além disso, permitir-se-á a execução de investigações multidisciplinares com interesses voltados ao bem estar do paciente, preparo da equipe de saúde, estudos de comportamento, estudos de atitudes e habilidades e formação de educadores, permitindo o desenvolvimento regional e a implementação dos programas de pós-graduação com escopos voltados à região e formação de recursos humanos qualificados, seguindo uma tendência(2-3) a estimular a pesquisa, ensino e extensão.

Acrescenta-se a interação e cooperação técnica e científica com grupos consolidados de outras instituições de pesquisa e/ou em âmbito regional, nacional e mundial viabilizando visitas técnicas em laboratórios de simulação, estágios de formação para utilização dos equipamentos, estágios doutorais e pós-doutorais.

Outro fator importante, é que todas as ações desenvolvidas nos centros simulados devem ser filmadas, podendo ser arquivadas e representar um grande banco de dados de pesquisa favorecendo desde investigações clínicas a realização de levantamentos dados de imagem/caracterização de perfis por análise de dados qualitativos ou quantitativos, gerando manuscritos de qualidade e interesse mundial, incrementando a produção científica dos pesquisadores.

Vários fenômenos de enfermagem apresentados nesse número da revista, podem efetivamente serem contemplados em forma de simulação realística e consequente, minimização de erros humanos e formação de enfermagem com qualidade e excelência.


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DOI: https://doi.org/10.26694/reufpi.v1i3.903

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